sábado, maio 11, 2013

Um Certo Henrique Bertaso


"... habitava um mundo ideal, mais preocupado com o Eterno do que com o Efêmero." [p. 98]

"Conheci um velho gaúcho que costumava dizer que o homem, quando envelhece, começa a pelear em retirada e com pouca munição, mas que o importante mesmo é pelear..." [p.109]

"Estivemos atrelados à mesma carroça, envolvidos nas mesmas viagens, cruzando os mesmos campos, enfrentando as mesmas borrascas e gozando das mesmas bonanças." [p. 112]

"Lembro-me de que um certo amigo meu costumava dizer que a vida é uma viagem e o mundo um vagão. O fim de todos os passageiros é chegar à estação da Morte. Durante a viagem, - isto é: durante a vida – uns preferem jogar, outros comer, outros rezar e outros ainda amar ou simplesmente conversar. Cada qual escolhe a sua maneira de fazer a travessia. Levados pelo mesmo vagão, todos hão de desembarcar, na misteriosa estação. Só há diferença na maneira de matar o tempo da jornada." [p. 115]

"Sim, a verdade e o ideal são às vezes moedas falsas de circulação ilusória. Valem nos poemas, nos discursos, nas frases declamatórias, nos livros de orações e nas cartas de amor. A vida quase sempre se encarrega de as desvalorizar." [p. 120]

"Para certos críticos parece só ter valor os escafandrismos psicológicos do tipo de Proust , Joyce e Woolf. Para muitos deles só é profundo o que é obscuro e difícil. Há um tipo de crítico que vê mérito unicamente no que é mórbido. Acho que é preciso um pouco de tudo para fazer um mundo, e o mesmo se pode dizer do romance." [p. 178]

"Devo dizer que não me levo muito a sério porque, mais do que ninguém, tenho uma consciência muito clara de minhas deficiências e de minha incomensurável ignorância." [p. 180]

"Numa democracia – ilustrava ele – a opinião de dois carreteiros que mal sabem assinar o nome prevalece sobre a de Einstein." [p. 189]

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