"Somos capazes de sofrer e contar o sofrimento. O sofrimento justifica nossa vida dura e sem graça. Para nós, a dor é uma arte." [p. 14]
"... e você acha que a verdade é aquilo que está na vida. O que está nas ruas. Sob os pés. Para você, ela é tão baixa. Tão terrena. Não, a verdade é aquilo com que sonhamos. É como queremos ser!" [p. 34]
"As meninas de 1941... A primeira coisa que quero perguntar: por que são assim? Por que são tantas? Como ousaram pegar em armas em igualdade com os homens? Atirar, colocar minas, explodir, bombardear - matar?" [p. 62]
"De madrugada. Montávamos guarda e captávamos cada ruído. Como linces. Estávamos atentos a cada sussurro... É como se diz: na guerra você é metade humano, metade animal... É assim. De outra forma não se sobrevive. Se você for humano, não sai vivo. Queima a cachola. Na guerra é preciso lembrar de algo a respeito de si. Algo... Lembrar de algo dos tempos em que o ser humano ainda não era completamente humano..." [p. 89]
"Me tornei alguém melhor na guerra... Sem dúvida! Me tornei uma pessoa melhor lá porque havia muito sofrimento. Vi muito sofrimento, e eu mesmo sofri muito. Lá, logo se descarta o que é secundário na vida, o que á supérfluo. Você entende isso..." [p. 141]
"Vou contar o que ficou na memória dos últimos dias de guerra. Estávamos viajando e, de repente, escutamos uma música que vinha não se sabe de onde. Um violino... Para mim, a guerra acabou nesse dia... Era um milagre: de repente uma música. Outros sons... Eu sentia que estava acordando... Todos nós achávamos que, depois da guerra, depois daquele mar de lágrimas, a vida serria maravilhosa. Linda. Depois da Vitória... Depois daquele dia... Achávamos que todas as pessoas seriam boas, que iriam simplesmente amar umas às outras. Todos se tornariam irmãos e irmãs. Como esperávamos por esse dia..." [p. 209]

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