sábado, fevereiro 15, 2025

Caro professor Germain



"... quero lhe dizer a dor que sinto como professor laico diante dos projetos ameaçadores urdidos contra nossa escola. Creio que, durante toda a minha carreira, respeitei o que há de mais sagrado na criança: o direito de buscar a sua verdade. Amei a todos vocês e creio ter feito tudo o que pude para não manifestar minhas ideias e assim impor um peso às jovens inteligências. Em se tratando de Deus, eu dizia que alguns creem nele; outros, não. E que na plenitude de seus direitos, cada um faz o que quer. Do mesmo modo, na questão das religiões, eu me limitava a indicar as que existem, às quais pertencem aqueles que assim queiram. Para dizer a verdade eu acrescentava que há pessoas que não praticam nenhuma. Sei muito bem que isso não agrada àqueles que queriam transformar os professores em caixeiros-viajantes da religião e, para ser mais preciso, da religião católica." [p. 46-47]

"Pesa suportar o mundo de hoje. São homens como o senhor que ajudam a tolerá-lo." [p. 49]

"... a miséria uma uma fortaleza sem ponte levadiça." [p. 63]

"A escola não servia apenas para a evasão da vida em família. Pelo menos na aulas do Sr. Bernard, ela  nutria neles uma fome mais essencial à criança do que ao adulto, que á a fome da descoberta. nas outras aulas, muitas coisas lhes eram ensinadas sem dúvida, mas um pouco do jeito como os gansos são empanturrados. Apresentavam-lhes um alimento prontinho, pedindo-lhes que tivessem a bondade de engoli-lo." [p. 63-64]

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