quarta-feira, novembro 15, 2017

De que lado você está?


"Não pretendo criar consensos, e sim tomar partido no disenso. Aliás, talvez o maior erro de uma certa esquerda no Brasil tenha sido apostar numa estratégia política do consenso. Em nome dela, trabalhar para amortecer os grandes enfrentamentos da sociedade brasileira e deixou dar cria o ovo da serpente, que soltou o veneno tão logo a maré virou."
[p. 09]

"Se queremos então acabar com as ocupações, que encarem suas verdadeiras razões. Ao invés de defendera criminalização dos movimentos e dos acampamentos de trabalhadores sem teto, defendam uma Reforma Urbana profunda, que possa resolver o drama da moradia nas cidades brasileiras. As ocupações acabaram sem a necessidade de uma só bomba de gás." [p. 19]


"Nunca é demais lembrar que o período maior crescimento do Brasil em sua história recente - o chamado "milagre econômico", conduzido pela ditadura militar - foi também o período do maior concentração de renda no país."
[p. 23]

"... a necessidade de uma reforma tributária é evidente quando consideramos que quem ganha menos de dois salários mínimos de renda paga 49% de sua renda  em impostos, mas aqueles que ganham mais de trinta salários pagam somente 26%. Ou seja, a estrutura tributária no Brasil é regressiva. Os mais ricos pagam proporcionalmente menos, sem falar da sonegação." [p. 66]

"O deputado mais votado no Rio Grande do Sul foi Luiz Carlos Heinze, que recentemente defendeu a formação de milícias rurais para exterminar indígenas. No Pará, foi o delegado Eder Mauro. Em Goiás, o delegado Waldir, com o pitoresco mote de campanha que associa seu número (4500) com"45 do calibre e 00 da algema". No Ceará foi Moroni Torgan, ex-delegado e direitista contumaz. No Rio de Janeiro, ninguém menos que Jair Bolsonaro, que há muito deveria estar preso e cassado por apologia ao crime de tortura." [sobre a onda conservadora, p. 82]

"Há quem reclame dos gastos com o Bolsa Família, o programa gastou em 2013 R$ 24 bilhões para atender 50 milhões de pessoas. Isso corresponde ao gasto de menso de 10 dias da Bolsa Banqueiro, para beneficiar alguns milhares de ricaços. Ora, não podemos dar o peixe aos bancos, temos de ensiná-los a pescar!" [p. 98]

"A redução da desigualdade exige uma forte política distributiva, com taxação das grandes fortunas e do capital financeiro, interrupção do ciclo vicioso da dívida pública e ampliação consistente dos direitos trabalhistas e dos salários." [p. 106]

"A direita brasileira já foi melhor. Teve nomes como Roberto Campos e José Guilherme Melquior entre seus quadros, formulando sobre teoria econômica e política internacional. Naquele tempo, a direita recorria a argumentos, além do porrete. Hoje restou apenas o porrete, aplicado a esmo sem maiores requintes de análise." [p. 123]


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