"A ideia de que todo escritor escreve forçosamente sobre si mesmo e se descreve em seus livros é uma das puerilidades que o romantismo nos legou", afirmava Camus." [p. 14]
"Na casa dos Sintés-Camus, ninguém frequenta a igreja. Não se pensa no inferno, nem no paraíso, nem no purgatório. Referindo-se a alguém que morreu, a avó diz: "Bem, [...] ele não vai mais peidar."" [p. 36]
"Sofrer não é nada. O que conta é saber sofrer." Camus, estoico." [p. 66]
“Quando jovem, eu pedia aos seres mais do que podiam dar: uma amizade contínua, uma emoção permanente." Camus ao 22 anos." [p. 85]
"Depois do sucesso dos nazistas e fascistas na Alemanha e na Itália, perplexidade. Camus tenta compreender esses êxitos: "O fascismo tem vários meios à sua disposição para manter o povo na situação em que se encontra. Em primeiro lugar a força de certas palavras como 'PÁTRIA', 'GLÓRIA', 'HONRA', para eles sinônimo de cofre-forte." [p. 101]
"O trio (Buorgeois, Camus e Fourviéres) instala-se no terraço de um café na praça des Terreaux. Um ex aluno de Bourgeois, membro das Juventudes Patriotas de extrema direita e, para agravar o caso, filho de um delegado de polícia, cumprimenta seu professor. Camus reage violentamente. Não se pode falar com essa gente." [p. 118]
"O que é a felicidade senão um acordo entre um ser e a existência que ele leva?" [p. 193]
"Em Tiaret, alguns professores me disseram que estavam de 'saco cheio'. "E o que vocês fazem quando estão de saco cheio?", "Enchemos a cara". [p. 197]
"O maravilhoso dessa empreitada infernal é que cada chefe manda abençoar suas bandeiras e invoca Deus solenemente antes de ir exterminar seu próximo." Camus, durante a segunda guerra mundial." [p. 216]
"Viver é o contraio de amar. [...] Amar um ser é aceitar envelhecer com ele." [p. 255]
"Há momentos em que só me sinto bem com os animais, sobretudo os cães." [p. 281]
"O que importa não é a vida eterna, é a eterna vivacidade." [p. 312]
"Em 08 de agosto de 1945, Camus é o único editorialista francês a expressar seu horror após a explosão de uma bomba atômica americana sobre Hiroxima." [p. 394]
"De Bonaparte a Pétain, todo militar parece potencialmente um aprendiz de ditador." [p 401]
"Camus tenta compreender a fé. Para Sartre, essa grande superstição não merece atenção." [p. 409]
"Um provérbio árabe diz: "Se o que você tem a dizer não é tão belo quanto o silêncio, não diga."" [p. 500]
"Camus não está sozinho no mundo. Seu ensaio é objeto de felicitações avulsas interessantes. Hannah Arendt lhe escreve: "Li 'O Homem Revoltado' de que gosto muito." O escritor polonês Witold Gombrowicz, sentindo-se enterrado vivo na Argentina depois de ler O Homem Revoltado pede a Milosz, que mande seus livors para Camus, maneira de dizer: "Creio que estamos na mesma batalha."" [p. 572]
"Sartre e Camus não são nem comunistas nem 'atlânticos'; ambos reconhecem a existência de iniquidades nos dois campos. Camus quer denunciar umas e outras, Sartre apenas umas, do lado ocidental, sem negar a realidade das outras." [p. 583]
"A tarefa dos homens de cultura e de fé não é desertar das lutas históricas nem servir ao que elas tem de cruel e desumano. É manter-se nelas, ajudar nelas o homem contra o que o oprime, favorecer sua liberdade contra as fatalidades que o cercam." [p. 640]


