"Como é longa essa viagem de volta. Os fins de tarde sobre o mar e essa passagem do sol poente à lua são os únicos momentos em que sinto o coração mais leve. Terei sempre amado o mar. Ele terá sempre apaziguado tudo dentro de mim." [p. 45]
"Tristeza por me sentir ainda tão vulnerável, daqui a 25 anos, terei 57. Portanto 25 anos para fazer minha obra e encontrar o que procuro. Depois, a velhice e a morte. Sei qual é o mais importante para mim. E encontro, ainda, meio de ceder as pequenas tentações, de perder tempo em conversas vãs ou passeios estéreis. Dominei duas ou três coisas em mim. mas como estou longe dessa superioridade de que tanto necessito." [p. 46]
"Depois do jantar, Dorival Caymmi, um negro que compõe e escreve todos os sambas que o país canta, vem cantar com o seu violão, são as canções mais tristes e mais comoventes. O mar e o amor. A saudade da Bahia. Pouco a pouco, todos cantam, e veem-se um negro, um deputado um professor de faculdade e um tabelião cantarem esses sambas em coro, com uma graça muito natural. Totalmente seduzido." [p. 81]
"Doente. Bronquite, no mínimo. Telefonam para avisar que partimos esta tarde. Faz um dia radioso. Médico. Penicilina. A viagem termina num caixão metálico, entre um médico louco e um diplomata, em direção a Paris," [p. 122]

